Tastes

- Diageo - Desenvolvido no século 19 por James Logan Mackie e seu sobrinho, Peter Jeffrey Mackie, que eram proprietários da Lagavulin - Maltes: Lagavulin, Talisker, Craigellachie, Glen Elgin e Linkwood - Um dos whiskies favoritos de Vinicius de Moraes - Origem do nome “o cão engarrafado” - Um dos primeiros escoceses a entrar no mercado nacional Olfato: leve defumado e torrado de barril recauchutado, adocicado de açúcar branco, baunilha, leve floral, frutado de pêras, whisky de grãos, forte percepção de óleo de máquinas e um pouco do calor do álcool. Paladar: doce, simples, frutado, leve baunilha, leve amargor, cereais tostados, leve amanteigado, leve defumado, e calor do álcool. Finalização: curta, com retrogosto doce, defumado e com bastante calor do álcool. Impressões gerais: whisky para tomar com refrigerante ou energético, para quem gosta dessa mistura em baladas. Não recomendado para beber com gelo ou, tampouco, puro. Para coquetéis existem opções melhores no mercado.

Olfato: bala toffee, caramelo, milho, amadeirado, baunilha, picante, frutado de maçãs vermelhas, levemente cítrico (casca de laranja), adocicado e calor de álcool. Em uma sub-camada é possível perceber um leve defumado. Paladar: boa correspondência entre olfato e paladar, bala de caramelo, milho, dulçor e, ao mesmo tempo, um “bite” seco, baunilha, amargor robusto, leve cítrico, maçãs vermelhas e calor de álcool. Finalização: curta, doce e levemente amarga. Impressões gerais: bourbon simples, indicado para drinks ou, no máximo, com gelo. Como não se trata de um whiskey rico, a rebeldia do álcool acaba se sobressaindo em todos os aspectos sensoriais, o que não acaba com a experiência, mas derruba bastante o prazer da degustação. Deixando isso de lado, é um whisky fácil de beber, pois não há aquela picância tão comum em whiskies com centeio em sua composição.

- Single Malt - Envelhecido em carvalho americano Ex-Bourbon e finalizado em carvalho europeu ex-vinho licoroso tipo porto (por 14 meses) - Produzido em parceria com o Bar Caledônia / SP - Edição limitada a 250 garrafas - 50% ABV - Sem filtragem gelada / sem corante de caramelo - Garrafa de 1 litro Olfato: licoroso, vínico, adocicado, defumado, cinzas, frutado de geleia de frutos vermelhos (morango ou cereja marrasquino), frutos negros, mentolado, amadeirado de madeira molhada, leve baunilha, leve mel, caramelo, picante e álcool presente mas que não agride. Muito equilíbrio entre os aromas e, apesar de a Lamas possuir um processo muito particular e ter sua própria identidade, algumas notas frutadas remetem a alguns whiskies produzidos na Escócia. Paladar: bem doce, vínico, defumado, cinzas ou fogueira apagada, apimentado, quente, amargor robusto, o frutado de frutos vermelhos permanece, leve amadeirado, mentolado e calor do álcool. Apesar de se apresentar menos complexo no paladar do que no aroma este whisky tem correspondência parcial com o olfato e ainda sim é muito agradável. Finalização: média para longa, especialmente por conta do amargor e do defumado. Impressões gerais: ótimo whisky e, até o momento, um dos rótulos que mais gostei da Lamas. Esta garrafa muda bastante (para melhor) conforme ela baixa, e os aromas e sabores parecem ficar mais equilibrados. Deixar este whisky descansar no copo por 5 ou 10 minutos ajuda bastante a revelar as notas mais “ocultas” e amansar os 50% ABV deste whisky. Recomendo a degustação pura, com gelo ou com um filete de água.

Olfato: frutado, caqui chocolate, adocicado, caramelo, leve aroma de madeira molhada, levemente vínico, chocolate ao leite, cítrico puxando para cascas de laranja doces, baunilha e levemente alcoólico. Paladar: bem doce, picante, amargor robusto, frutado ainda tendendo ao caqui, leve baunilha, amadeirado e com calor do álcool mais presente do que no olfato. Finalização: média, com dulçor e amargor balanceados e com sabor de caqui predominante. Impressões gerais: whisky que melhora muito conforme a garrafa baixa. Servir uma dose e deixa-la repousar é uma ótima recomendação para este whisky. A nota de caqui é predominantemente neste whisky, uma característica observada em todos os whiskies que provei da Lamas; acredito que, por ser predominante em todos os aspectos sensoriais, essa nota esteja relacionada a algo da fermentação que não foi bem resolvido. Não é um whisky complexo, mas bem equilibrado em seus sabores, com o álcool se pronunciando um pouco mais em todos os aspectos da degustação. Whisky recomendado para degustação com gelo, puro ou em coquetéis.

Olfato: baunilha, mel, caramelo, leve amanteigado, amadeirado que remete a madeira molhada, dulçor cítrico de laranjas e compota de frutas tropicais doces e apimentado leve de alguma especiaria que não consegui identificar. Este whisky, assim como outros rótulos da Lamas, apresenta uma nota olfativa de caqui bem evidente que vai se abranda conforme a garrafa baixa. Outra nota percebida foi a de papel molhado, que praticamente some conforme a garrafa baixa. Baixa percepção de álcool. Paladar: doce, mel, amadeirado, leve amanteigado, bom amargor, picância, frutado, baunilha e um pouco do calor do álcool. Whisky com boa correspondência entre olfato e paladar, entretanto apresenta-se menos complexo no paladar. Finalização: média para curta, com amargor e dulçor bem balanceados e salivação constante. O sabor amadeirado e o mel permanecem por um bom tempo no retrogosto. Impressões gerais: bom whisky com ótimo custo x benefício. Não possui corante, nem filtragem gelada e é envasado em garrafas de 1 litro a 43% ABV. Só por estas características já vale a compra. A garrafa melhora MUITO após baixar do ombro, com abrandamento das notas de caqui que, ao meu ver, está relacionado a algo que ocorreu durante a fermentação. Esta nota, por sua vez, não me agrada, mas isso não quer dizer que não agrade outros apreciadores. Recomendo para degustação pura, com gelo e em coquetéis que pedem whiskies mais adocicados.

Olfato: primeira camada: defumado, incenso, e adocicado. Na sequência, é possível perceber uma leve baunilha, frutado cítrico de laranjas, madeira molhada, algo que lembra musgos/terroso, picante, um suave aroma fresco que lembra uma bala de menta e baixa percepção de álcool. Deixar este whisky na taça por uns dez minutos melhora a integração entre as camadas e é possível perceber uma melhor harmonia entre os aromas. Paladar: adocicado, defumado, pouco amargor, amadeirado e com boa relação entre olfato e paladar. O frutado cítrico permanece. Não possui um sabor complexo como observado no aroma, mas mesmo assim é bem agradável, equilibrado e sem agressão do álcool. Finalização: média, com predominância do defumado e algo que lembra churrasco. Impressões gerais: bom whisky, ótimo custo por benefício. Sem corante, sem filtragem gelada, envasado com 43% ABV e em garrafas de 1 litro. Este whisky possui uma defumado peculiar, que não remete em nada a turfa dos whiskies escoceses, mas sim madeira queimada e incenso, notas peculiares dos whiskies defumados da Lamas. Assim como outros rótulos da destilaria, este whisky melhora MUITO depois que baixa do ombro da garrafa. Recomendo a degustação pura, com gelo ou em drinks de sua preferência.

Olfato: defumado, leve aroma de cinzas molhadas, adocicado, baunilha suave, frutado de laranjas, compota de laranja doce, levemente cítrico, cana de açúcar fresca, amadeirado leve de carvalho americano e pouca percepção de álcool. Aromas muito simples mas agradáveis. Paladar: doce, defumado, cinzas, alcoólico, picante, amargor inesperado, frutado cítrico de laranjas amargas e levemente amadeirado. Existe uma correspondência com o olfato, inclusive em sua simplicidade. E amargor não é bem integrado com o dulçor, o que deixa a experiência um pouco desagradável devido ao seu desequilíbrio. Finalização: curta e simples, com predominância de um amargor áspero e calor do álcool. Impressões gerais: um whisky que criou expectativas mas me decepcionou. A finalização em bourbon casks agregou pouca complexidade ao produto final e eu esperava mais presença de sabores dessa finalização. O preço não é alto, mas não proporciona um bom custo x benefício. Fora do Brasil este whisky é comercializado com 7 anos declarados, mas a versão tupiniquim é NAS. Uma pena. Recomendo apenas para drinks.

Olfato: cereais, leve defumado, adocicado, cítrico, calor alcoólico e mel. Todos os aromas (exceto a do álcool) são bem suaves, com o defumado um pouco mais sobressalente. Whisky muito, muito simples. Paladar: basicamente as mesmas notas percebidas no aroma, com mais pungência do álcool. É possível notar amargor notas apimentadas, reforçados pela força do álcool. Zero complexidade. Finalização: curta, com amargor e calor do álcool presentes por mais tempo. Ao fundo, mas de forma muito discreta, um defumado persiste. Impressões gerais: whisky simples, sem complexidade, e indicado apenas para drinques. Em sua faixa de preço ainda é um bom custo benefício, mas este é um whisky muito barato, então não espere muita coisa. Mesmo para drinques, vale a pena buscar outras opções no mercado. O corpo é muito ralo, deixando uma sensação “aguada” na boca. Não considero um blend de entrada, mas um blend barato voltado para quem quer economizar e não se importa com qualidade.

Olfato: leve defumado medicinal, iodo, esparadrapo, leve baunilha, frutado adocicado, cítrico de laranjas, whisky de grãos, e calor do álcool. Paladar: basicamente as mesmas notas percebidas no olfato, porém com um adocicado mais presente, apimentado e álcool mais presente. O cítrico também aparece mais e, associado ao amargo suave que o acompanha, traz a memória algo como toranjas ou laranjas amargas. Finalização: curta, doce, picante e alcoólica. Impressões gerais: um blended whisky de entrada padrão, recomendado para drinks. Devido a presença das notas defumadas e cítricas é possível utilizá-lo em diversos tipos de coquetéis, especialmente o que utilizam frutas cítricas como a laranja. Garrafa de litro e com preço acessível.

- William Grant and Sons - Empresa familiar - Fundada em 1889 às vésperas do natal - Balvenie e Glenfiddich - 3° marca de whisky mais vendida do mundo, atrás de JW - 40% ABV - Corante + Filtragem - Substituído pelo Triple Wood (2018) Olfato: suave e agradável, apesar da forte presença de álcool. Adocicado, baunilha, leve vínico de sherry, frutado de frutos vermelhos, figos em calda, maçãs, morangos, leve caramelo, leve toffee, cítrico, apimentado e algo amadeirado que remete ao carvalho europeu. Aromas agradáveis, apesar do calor do álcool, e que sugerem uma quantidade decente de single malt em sua composição. Paladar: Relativa correspondência com o olfato, mas com o álcool bem mais presente nesta etapa da degustação. Em seguida um amargor áspero também é perceptível, mas não compromete o whisky. Adocicado, amadeirado de carvalho europeu, apimentado, cítrico, leve amanteigado e frutado de frutas vermelhas. Entretanto, estas notas são facilmente superadas pelo calor do álcool e do amargor áspero. Finalização: curta, doce, amarga e quente. Impressões gerais: blended scotch whisky de entrada, com preço muito acessível e com boa complexidade para a sua categoria. Foi substituído pela versão Triple Wood, uma versão bem similar em seu perfil. O álcool evidente é o ponto baixo deste whisky, que seria bem mais agradável se fosse menos quente. Recomendo para beber em drinks doces ou, no máximo, com gelo.